25 janeiro 2010







O Jandek é uma pessoa a tentar tocar o que lhe vai na alma. Às vezes macio, umas insuportável, outras genial. Desde os anos 70 e sem ninguém saber exactamente quem é, além do Jandek. Edita os discos, faz as capas, auto-retratos a envelhecer, a guitarra, a sala, a rua, vende-os por correio, não sabemos o nome do cidadão e pouco me importa. É cru e pode fazer desviar ouvidos, por pudor. Parece falar sobre o que lhe aconteceu, no sofá ou em frente ao espelho.
Voltou a tocar ao vivo, depois de um intervalo de muitos anos. Graças aos FilhoÚnico já tinha vindo ao Porto e este sábado a Lisboa. Queria muito ouvi-lo mas comprei o bilhete à última da hora porque sabia que ia tocar com músicos portugueses associados aos meios mais experimentalistas, e tinha uma premonição, porque já vi uma data de concertos destes gajos, de que ia ser apenas mais um. Nada de especial. Um sax, um trompete, um piano e o Jandek, com a guitarra desafinada e a voz a embalar. A escolha, não sei de quem, soou-me a necessidade de contextualizar o Jandek e assim torná-lo digerível. Uma espécie de diz-me com quem tocas dir-te-ei quem és. é pena.
Gostava de ter mergulhado na água escura. E saí a meio, desiludida, com o Cobain a ressoar na cabeça: "(Jandek) is not pretentious, but his public is"




13 janeiro 2010





Only Siths talk in absolutes
Obi-Wan Kenobi

11 janeiro 2010

04 janeiro 2010